segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Juanita Castro


Últimamente, após entrar em contato direto e diário com os textos de Yoani Sanchéz, tenho lido bastante sobre Cuba. Há pouco li um texto interessante sobre a irmã de Fidel, que, incluvise, acabou de lançar um livro polêmico sobre a família Castro.

Juanita Castro, irmã de Fidel e Raúl Castro, revelou ter trabalhado para a Agência Central de Inte­­ligência dos Estados Unidos (CIA) depois de ter sido recrutada pela esposa do então embaixador brasileiro em Havana. A revelação foi feita em entrevista transmitida no domingo pela emissora Univisión.
Hoje com 76 anos, Juanita apoiou inicialmente Fidel quando o grupo dele derrubou o ditador Fulgencio Batista. Rapida­men­­te, porém, desiludiu-se pelo grande número de execuções e outros abusos da revolução, disse ela durante entrevista ao canal hispânico de Miami.

A casa dela converteu-se em um refúgio para anticomunistas, antes que a própria Juanita decidisse deixar o país, em 1964, quan­­do se exilou no México.

Juanita afirma que foi recrutada para trabalhar pela CIA por Vir­­ginia Leitão da Cunha, mulher do então embaixador do Brasil em Havana, Vasco Leitão da Cunha, que posteriormente foi ministro das Relações Exteriores, entre 1964 e 1966.

Juanita Castro disse que colaborou com a CIA enquanto estava em Cuba e também depois de sua partida. Posteriormente, ela se exi­­lou em Miami e abriu uma farmácia.

Recentemente, Juanita lançou suas memórias, “Fidel e Raúl, meus irmãos. A história secreta”, pela editora Santillana. O livro foi escrito pela jornalista María Antonieta Collins, a partir de uma entrevista. A irmã de Fidel disse que o primeiro contato da CIA ocorreu pouco após a fracassada invasão da Baía dos Porcos, quando ela viajou pa­­ra o México para se reunir com o funcionário encarregado de seu recrutamento, em 21 de junho de 1961. Ela contou em detalhes que Leitão da Cunha e sua mulher ha­­viam abrigado muitos revolucioná­­rios durante a ditadura de Ba­­tis­­ta, e simpatizaram inicialmente com o governo Fidel, mas posteriormente ficaram decepcionados.

Segundo Juanita, ela e Virgínia viajaram separadamente para o México para se encontrar com Tony Sforza, um dos especialistas da CIA em Cuba. Juanita via­­jou com o pretexto de visitar uma irmã, a quem nunca mencionou o assunto. Sforza trabalhava infiltrado em Cuba, passando-se por jogador de cassino com o nome falso de Frank Stevens. Juanita recebeu o nome de “agente Donna” e teve como primeira missão entregar dinheiro a homens da CIA na ilha.

A CIA se comunicava com ela por mensagens cifradas em um rádio de ondas curtas. Antes da crise dos mísseis, Juanita passou informações à CIA de que foguetes soviéticos eram instalados em Cuba, e também sobre visitas dos russos à ilha. A agência decidiu afastá-la de Cuba depois que Raúl foi dizer à irmã que havia acusações contra ela por supostas atividades contrarrevolucionárias. Aparente­­men­­te, não haviam descoberto sua ligação com a CIA. Juanita afir­­ma que foi Raúl quem lhe conseguiu um visto para viajar ao México. Chegando ao país, ela es­­creveu um texto rompendo com a revolução.

“Comecei a me desencantar com o regime quando vi tanta injustiça”, afirmou Juanita na entrevista, referindo-se às prisões, aos fuzilamentos e aos confiscos do governo revolucionário.

4 comentários:

Patrícia Campos disse...

Tá gostando do livro da Yoani?

Ana Cairo disse...

não te disse? ela é o que há!

Rafa Rodrigues disse...

Paty: estou adorando! Aprendendo cada dia mais a ser blogueira e escritora! : )

Ana: Tks for this! ; )

Ramon disse...

postei o livro de cuba que te falei, me avisa qdo receber. flw.