domingo, 2 de novembro de 2008

Obama para presidente: o mundo em campanha


Está chegando a hora. O futuro presidente dos EUA se prepara para receber a amarga herança que lhe espera: oito anos de liderança fracassada do presidente Bush, com o peso de duas guerras, uma péssima imagem global, crise financeira e um governo desprovido para atender plenamente seus cidadãos
Considerando tudo isso, e não desconsiderando a experiência de vida e de política de McCain, está mais do que claro que o senador Barack Obama, de Illinois, é a opção certa para ser o 44º presidente dos EUA.
A política dos EUA e seus meios de atuação precisam ser reinventados como um todo, a economia precisa ser reaquecida e os americanos precisam entender, de uma vez por todas, que não são tão diferentes do resto do mundo quando pensam.
Obama enfrentou uma série de desafios, crescendo como líder e dando substância a suas primeiras promessas de esperança e mudança. O mundo acredita que ele tem a vontade e a capacidade de gerar um amplo consenso político que é essencial para se encontrar soluções para os problemas desta nação. McCain oferece mais da ideologia republicana do cada-um-por-si, que hoje jaz em ruínas em Wall Street e nas contas bancárias dos americanos. Obama tem outra visão do papel e das responsabilidades do governo. Em seu discurso na convenção em Denver, Obama disse: "O governo não pode solucionar todos os nossos problemas, mas o que ele deve fazer é o que não podemos fazer por nós mesmos: nos proteger do perigo e oferecer a todas as crianças uma educação decente; manter nossa água limpa e nossos brinquedos seguros; investir em novas escolas, novas estradas e nova ciência e tecnologia".

Obama percebe que serão necessárias reformas profundas para proteger os americanos e as empresas americanas, em vez de McCain, que insiste em políticas estreitas que se baseiam em corte de gastos desnecessários e auto-regulação dos mercados.Em termos de guerra, Obama foi um adversário precoce e consciente da guerra no Iraque, e apresentou um plano militar e diplomático para a retirada das forças dos EUA. Ele também advertiu corretamente que enquanto o Pentágono não começar a tirar as tropas do Iraque não haverá tropas suficientes para derrotar os taleban e a Al Qaeda no Afeganistão.

Obama quer reformar as Nações Unidas, enquanto McCain quer criar uma nova entidade, a Liga de Democracias - uma medida que provocaria novas fúrias anti-americanas em todo o mundo. Infelizmente, McCain, assim como Bush, vê o mundo dividido entre amigos (como a Geórgia) e adversários (como a Rússia). Ele propôs expulsar a Rússia do Grupo dos 8 países industrializados mesmo antes da invasão da Geórgia. Não temos simpatia pela prepotência de Moscou, mas também não desejamos reencenar a Guerra Fria. Os EUA devem encontrar uma maneira de conter os piores impulsos dos russos, enquanto preservam a capacidade de trabalhar com eles no controle de armas e outras iniciativas vitais.Os dois candidatos falam com firmeza sobre terrorismo, e nenhum deles descartou a ação militar para pôr fim ao programa de armas nucleares do Irã. Mas Obama pediu um sério esforço para tentar dissuadir Teerã de suas ambições nucleares com medidas diplomáticas mais verossímeis e sanções mais duras. A disposição de McCain a brincar sobre bombardear o Irã foi assustadora.

Será um enorme desafio apenas colocar o país de volta onde estava antes de Bush, começar a reparar sua imagem no mundo e restaurar sua autoconfiança e seu respeito próprio. Fazer tudo isso e levar os EUA adiante exigirá força de vontade, caráter e intelecto, julgamento sóbrio e mão firme e fria.

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