domingo, 29 de março de 2009

MTV para os muçulmanos



Semana passada li num site de notícias sobre um empresário muçulmano que colocou no ar um canal de músicas islâmicas, uma espécie de "MTV do mundo muçulmano".

A idéia surgiu da invasão da cultura ocidental, principalmente americana, cada vez mais forte no mundo islâmico. A verdade é que apesar da maioria dos muçulmanos declarar que "detesta" os EUA, uma grande parte dessa mesma parcela não consegue viver sem pequenos detalhes que estão no seio do modo americano de vida. Seja na música, no All Star, no Jeans ou na TV, os EUA espalham sua cultura pelo Oriente Médio, principalmente entre os jovens - muito menos traumatizados por discórdias e acontecimentos políticos do passados - e isso começa a incomodar líderes religiosos e visionários islâmicos.

Se não há como parar esse intercâmbio cultural cada vez mais for no mundo de hoje, há como torná-lo adequado à toda a população islâmica.

Ahmed Abu Haiba. A ideia desse egípcio de 39 anos, pai de cinco filhos, crente e praticante convicto, ainda mais desde que ele perdeu um avião que acabou caindo em 1994, é utilizar de algum jeito o formato MTV, nervoso, rápido, muito anglo-saxão e tão estimado pelos jovens árabes, para levá-los suavemente ao Islã. Transmitir a eles uma mensagem "mais conforme à nossa cultura, nossa identidade, nossos valores".

Abu Haiba, que também escreve peças de teatro e faz adaptações de séries, é um homem simpático, moderno e bem-informado. Ele garante que não tem nada contra a cultura ocidental, só quer "defender" a sua própria cultura da invasão dos modos de vida, das imagens, dos sons e da subcultura americana que tanto parece agradar, do Golfo ao Magreb, os jovens árabes. "Eu queria uma nova mídia islâmica, não para atacar o Ocidente, mas para construir minha cultura, com seus próprios embriões, sua própria matriz".

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