Acabei de ler "O Solista", de Steve Lopez. Mal tenho palavras para expressar a magnitude dessa obra, é de uma grandiosidade tamanha.
O livro é baseado na história do talento musical Nathaniel Ayers, que estudou na famosa escola de artes Juilliard, em Nova Iorque, e que desenvolveu esquizofrenia no seu segundo ano de estudo. Ayers acabou como sem-teto nas ruas do centro de Los Angeles, onde toca violino e violoncelo.
O Solista sé ambientado nos anos 70, na caótica cidade de Los Angeles, onde o jornalista Steve Lopez escreve sobre o cotidiano da cidade. Certa vez ele escuta um músico sem-teto executar com perfeição obras de Beethoven numa praça do centro. Instigado com tamanho talento, descobre que ele se chama Nathaniel Ayers Junior e que foi aluno da prestigiada escola Julliard, da qual fugiu após um surto de esquizofrenia. Apesar de se deixar abater pela doença, Ayers mantém viva a paixão pela música e seu talento nato nas suas performance.
Há todo um elemento racista nessa questão, já que Ayers se refugia na música e em seus próprios delírios esquizofrênicos para fugir do meio hostil em que vive.
Como diz o grande mestre Maurício Santoro, "O Solista traz vivo o sentimento de defender certos valores que fazem a vida valer a pena". E de fato é isso. Na verdade, há grandes conexões também com a extrema pobreza nos Estados Unidos, a Depressão da década de 1930 e a crise atual.
Me orgulho não somente de ter lido essa obra singular, mas de ter negociado a compra de direitos e o contrato em 2009, viabilizando a publicação no Brasil.